Turismo de Negócios: o fôlego que o Rio de Janeiro precisa

Ao analisar o quotidiano do Rio de Janeiro, em seus distintos aspectos econômicos, sociais, políticos e culturais, a Casa do Brasil Internacional constatou que existe certa carência em um setor de profunda demanda no estado do Rio de Janeiro: o Turismo de Negócios.
Nesse contexto, o leitor poder-se-ia questionar: o que é o Turismo de Negócios? Como funciona? Quais são suas reais consequências e impactos para a economia de determinada localidade? Inicialmente cabe ressaltar que nem todo turista viaja para outra localidade tão somente para desfrutar do lazer, dos pontos turísticos e da gastronomia. Existe um seguimento em franco crescimento que é composto por agentes que viajam para promoção e conclusão de negócios, de investimentos e de desenvolvimento financeiro. Este indivíduo viaja a trabalho, mas nada impede que, consequentemente, promova atividades turísticas; todavia este não é seu fim último, mas um "plus há mais", nas palavras de um dos nossos diretores.
O turista de negócios, assim como o turista de lazer, acaba por fazer uso dos mesmos mecanismos e serviços tais como: hotéis, restaurantes, transportes, bem como os pontos turísticos em seus momentos livres. Os dois agentes possuem as mesmas necessidades e os mesmos pedidos no que concerne à prestação de serviços e ao conforto. Não é porque vai realizar negócios e finalizar acordos, que ele não queira hospedar-se em um hotel luxuoso na Orla do Rio de Janeiro, nem desfrutar da alta gastronomia.
Ao redor do mundo, milhões de dólares são celebrados em reuniões que muitas vezes decorrem de uma simples viagem de negócios. São missões corporativas, visitas técnicas, feiras, convenções, congressos, seminários, networking, work shops... Tudo isso é uma maneira de realizar o turismo de negócios; e, segundo estudos da Fundação Getúlio Vargas e do IBGE, os gastos médios de um turista de negócios são mais elevados que os do turista de lazer, sem contar com o retorno financeiro que gera para a economia local, além da elevada possibilidade da realização de futuras visitas.
O Rio de Janeiro, ao longo dos anos de 1990, com a nova abertura econômica do Governo Collor, com o Plano Real e com aumento das importações e exportações, foi um importante centro de turismo de negócios no Brasil; contudo, com o encerramento das atividades de sua Bolsa de Valores , a capital fluminense perdeu sua primazia e deixou de movimentar milhões de dólares em negócios.
A Casa do Brasil Internacional, no intuito de resgatar e de ampliar os anos áureos do turismo de negócios carioca, irá realizar um seminário com diversos painéis abordando a temática. Trará seus parceiros para o Porto Maravilha e buscará retomar com sabedoria os novos temas de incentivo econômico e financeiro. Essa região do Centro do Rio de Janeiro é a nova fronteira de desenvolvimento da Cidade. São cinco milhões de metros quadrados de terrenos com armazéns, hotéis, pontos turísticos: AquaRio, Rio Star (a maior Roda Gigante da América Latina), mirante da Providência (com uma vista de 360º da região), Museu do Amanhã, MAR, Cais do Porto e também o Mosteiro de São Bento.

Com todo esse espaço, o Porto Maravilha precisa ser ocupado com centros de convenção, prédios para as empresas que estão se instalando, prédios residenciais, mercados e até mesmo cassinos e resorts devido à beleza da região. Uma vez que essa nova fronteira irá se desenvolver nos próximos anos, um novo fôlego virá da região central do Rio de Janeiro; divisas e empregos serão gerados. Novas parcerias serão realizadas. Isso é o Turismo de Negócios.
Caro leitor, em um exercício de criatividade, peço que se imagine caminhando ao longo da Orla Conde, à sua direita, está a Baía de Guanabara, com a Ilha Fiscal, com as ilhas da Marinha, o Museu do Amanhã e os novos ancoradouros em "Y" para o crescente número de transatlânticos e de navios abarrotados de contêineres; e, à sua esquerda, terão novas torres de negócios, centros de convenção nos históricos Armazéns, ou seja, toda uma infraestrutura de negócios, de lazer e de gastronomia.
Hoje em dia, a maior parte do turismo de negócio é realizado pela Cidade de São Paulo; 75% de seus turistas estão a negócios. O turista que inicialmente vai à São Paulo a negócios, retorna a lazer e, até mesmo, para novos negócios. Então por que não investir no Rio de Janeiro?
A nova tendência é a conjunção de negócios e lazer. É transformar a viagem de negócios em uma passagem mais prazerosa; enquanto durante a semana negócios são celebrados, nos finais de semana os empreendedores desfrutam do descanso e do lazer. É trazer o impacto positivo das viagens corporativas com serviços personalizados. A indústria de turismo carioca só tem a ganhar com a retomada desse nicho econômico, ao incrementar, nos 365 dias do ano, as hospedagens.
O turismo de negócios vem para reduzir a demanda financeira decorrente das altas temporadas do turismo de lazer concentrada entre os meses de Novembro a Março. Negócios são realizados o ano todo. Nos períodos de baixa sazonalidade, os destinos turísticos percebem uma diminuição considerável dos visitantes, mas que não afetam o turismo de negócios. Buscando otimizar os recursos financeiros, muitas empresas negociam com seus fornecedores para diminuir o impacto da alta temporada, como já pode ser observado com as "cestas de hospedagem" ao longo dos demais meses.
Sob esse aspecto, como já foi mencionado, a Casa do Brasil Internacional trará, com seus parceiros, seminários com distintos painéis para a renovação do Turismo de Negócios no Rio de Janeiro, abordando a região do Porto Maravilha, principalmente, mas não exclusivamente, como a nova fronteira da antiga capital federal.
Vitor Monteiro
Assessor de Assuntos e Negócios Internacionais da Casa do Brasil Internacional